segunda-feira, 17 de julho de 2017

Meu Filme DRAW MY MUSIC: MÚSICAS, AFETOS E MEMÓRIAS







 II Bimestre – 801 / 802


Inspirados pelos vídeos Draw my life, famosos no youtube, e que têm como proposta representar momentos da vida de uma pessoa por meio de desenhos em um quadro branco ou papel, os alunos foram convidados a trazerem músicas que marcaram um momento da sua vida. Em um círculo, cada um deles sorteou uma letra e leu ou cantou para o restante da turma. Quem conhecia a canção, deveria cantar e todos cantaram juntos.

A turma era desafiada a descobrir quem trouxe a letra e este, ao ser descoberto, deveria contar a sua história pessoal com aquela música.

Posteriormente, conversamos sobre a linguagem denotativa e conotativa e em conjunto analisamos os versos, explorando, assim, os efeitos de sentido provocado pela linguagem figurativa.

Dividi as turmas em grupos de 4 ou 5, e solicitei que eles criassem uma nova canção a partir da junção de versos ou trechos das músicas que trouxeram individualmente. Para esta tarefa, eles tiveram de fazer com que essa “colagem” contasse uma história, fizesse sentido, além de ter uma forma poética, dividida em versos e estrofes, com um único ritmo estabelecido pelo grupo.

Ao terminarem a criação do texto, os grupos ilustraram cada trecho da letra e cantaram para ensaiar o ritmo. Fizeram as alterações necessárias e gravaram os vídeos em seus celulares, aos quais chamamos de DRAW MY MUSIC.

Nesta tarefa trabalhamos de forma lúdica os desvios linguísticos apresentados durante a escrita, o gênero e a produção textual, a oralidade, a linguagem não verbal, a criatividade e envolvimento interpessoal.

Avaliei que a participação das turmas foi excelente, pois até mesmo os alunos mais indisciplinados e/ou desinteressados, envolveram-se e entregaram os trabalhos propostos. Para eles foi interessante não só trabalhar com a música, como também utilizar o celular em sala de aula.

Gostaria de concluir esse relato com a conversa de dois alunos:
Uma menina me perguntava se eu não era uma artista de forma secreta, pois de vez em quando trazia atividades muito diferentes, como havia anteriormente feito ao levá-los à rua para fazer campanha contra a febre amarela.
O colega do mesmo grupo respondeu, antes que eu dissesse alguma coisa:
- Assim que é bom, né, ou você preferiria estar copiando dever? É muito bom ter aula assim!

Não dissemos mais nada. Ela concordava. Eu também concordo. Infelizmente, não é sempre que conseguimos aulas que “não parecem aulas”, nas quais eles aprendem sem nem perceber o quanto estão aprendendo.

Faz-se necessário dizer que não interferi na escolha das músicas nem na criatividade deles. Trabalhei em cima do material que trouxeram, das músicas que escutam, seja o ritmo que for. Apenas exigi que não trouxessem “proibidões”. Aprendi muito sobre eles, pois não conhecia a maioria das letras.

Surpreendentemente apenas dois alunos trouxeram funk. Grande parte escolheu os RAPS com letras de cunho social e também tivemos canções gospels. Alguns trouxeram músicas que lembravam um familiar, e tivemos Roberto Carlos e Amado Batista entre eles.

Meu intuito era permitir que eles se sentissem representados por suas canções. E alguns relatos demonstraram que alcancei meu objetivo: músicas que homenageavam um amigo falecido, que fazia sonhar com o futuro, que recordava dificuldades enfrentadas pela família. E, dessa forma, cada parte do que nos constitui como um ser humano foi apresentada: Religiosidade, Amor, Ideologias, Sexualidade, Amizade, Saudades, Rejeição, Dificuldades...

Encerramos esse primeiro momento com uma festa Julina organizada pelas duas turmas, na qual assistimos aos vídeos juntos e depois compartilhamos de bons momentos ao som de muita música e dança! Teve até competição e premiação!

O próximo passo será trabalhar figuras de linguagem e poesia, e, neste momento, apresentar outras composições que colaborem para o conhecimento e enriquecimento cultural de cada um deles, criando espaço para novas percepções, (re) invenções e memórias. 





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