quinta-feira, 18 de julho de 2013

SARAU "AOS OLHOS DO TEMPO"



     "Lembre-se que as pessoas podem tirar tudo de você, menos o seu conhecimento". (Albert Einstein)

    Todo professor sonha em realizar atividades que motivem e envolvam os seus alunos, promovendo a aprendizagem de forma prazerosa para quem ensina e para quem aprende. Por isso posso dizer que o Sarau "Aos Olhos do Tempo" foi um sonho realizado para mim e para todos os professores envolvidos nesse projeto.

      Após o trabalho em sala de aula sobre a vida e a poesia de Vinícius de Moraes, propus um desafio aos alunos: planejar e promover um sarau para a turma e convidados. O desafio foi aceito imediatamente e todos ficaram empolgados com a ideia. Assim, separei os grupos:

  • Divulgação: Responsáveis pela divulgação nas outras salas de aulas e pela inscrição dos participantes e elaboração de convites;
  • Decoração e arrumação da sala do evento;
  • Música: Grupo responsável pela seleção de músicas de Vinícius e de playbacks para as apresentações musicais;
  • Alimentação: Grupo responsável pelas comidinhas e bebidinhas do sarau;
  • Roteiro: Grupo responsável pelo roteiro e mediação das apresentações;
  • Anfitriões: Grupo responsável por recepcionar as pessoas e manter a ordem e organização durante o evento.

        Os alunos surpreenderam a toda a escola, pois prepararam tudo com muita organização e zelo. O resultado foi a linda reunião que tivemos, o primeiro de muitos saraus que pretendemos realizar. 
Convite e poemas impressos para leitura


              A coordenação do sarau foi realizada pelas professoras Flávia (Língua Portuguesa) e Ana Cristina (Inglês).
                     
              
Decoração com vinis da aluna Josiane 


Caricaturas de grandes escritores e músicos brasileiros
Toalha de mesa com motivos musicais
A abertura do sarau foi feita pela professora Flávia que recitou: 

Convite

Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio,pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.


Como a água do rio
que é água sempre nova.

Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

José Paulo Paes

Luana: Nossa aluna emocionou com sua linda voz


As turmas prestando bastante atenção. Ao lado professora Ana Cristina


Thamires recitando "Ternura", de Vinícius de Moraes

As alunas do 8º ano recitaram Poema do Amigo



Pedro Augusto recitando um poema de autor desconhecido

        Mais uma linda canção na voz de Luana e Jenifer(aluna do 6º ano)

Guilherme Laureano: Nosso mediador durante o sarau e destaque aluno-leitor falando sobre o prazer da leitura e seus livros preferidos. Dentre eles "O Cortiço"


Beatriz e Josiane recitando o poema "Presságio", de Fernando Pessoa

Guilherme Laureano também declamou um poema para nós: "Motivo", de Cecília Meireles

Marcos Ferreira declamou um poema de Fernando Pessoa 

Observem a organização: a primeira fileira teve lugares marcados para os alunos que se apresentaram

Linda decoração

Nossa psicóloga Marisa recitando "Soneto de Fidelidade"

Rodrigo declamou "Se Todos Fossem Iguais a Você", poema musicado por Vinícius de Moraes e que deu nome ao nosso blog

Nossa Orientadora Pedagógica  declamando "Soneto de Separação"
Professora Flávia  e Guilherme Laureano

Marlon e Professora Flávia


Nossos alunos capricharam e vieram super arrumados. De azul -Nathália - responsável pela divulgação e que muito contribuiu para o sucesso dessa tarde tão especial

Nossa diretora Elizabeth fazendo o discurso de encerramento


As turmas reunidas para a foto mais especial do nosso blog: felicidade pelo sucesso do Sarau 


         Parabéns turma 701 pela organização do Sarau e pela escolha do nome, "Aos olhos do Tempo" é um lindo título.

        Parabéns a turma convidada - 702 - que participou ativamente e a todos os outros alunos e profissionais da escola que prestigiaram o nosso trabalho.
   
Fazendo das palavras dos nossos diretores as nossas palavras: "É disso que precisamos, é isso que almejamos - uma escola VIVA".
        

terça-feira, 9 de julho de 2013

CAFÉ LITERÁRIO

     "Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida."

   
    Não existe sucesso em sala de aula sem um bom planejamento. E isso é o que não nos falta. O grupo de estudos sempre se reúne às segundas-feiras antes do horário escolar e quando é possível também organizamos o nosso café literário. Esse é o nosso momento de trocar, pensar, criar ... Assim levamos esse clima de entusiamo para nossas salas de aula.


Nossa mesa preparada com poesias de Vinícius de Moraes para leitura.

Professoras Ana Cláudia e Valéria

Professora Flávia

Nossa psicóloga Marisa

Professora Tatiana

Não podia faltar o lanchinho especialmente organizado pela professora Ana Cristina

Professora Ana Cristina e Marisa


Nosso coordenador de área e professor Jodar 

   Nesse encontro discutimos nossas práticas, trocamos experiências, organizamos um planejamento para o conteúdo a ser trabalhado para a Feira do Livro do ano vigente. Os homenageados serão: Rubem Braga, Graciliano Ramos, Oscar Niemeyer e nosso poetinha Vinícius de Moraes. 
       Concluímos o encontro com nosso querido Jodar tocando e cantando algumas composições do poeta. Abaixo uma dessas canções:

Se todos fossem iguais a você
Vai tua vida
Teu caminho é de paz e amor
A tua vida
É uma linda canção de amor
Abre os teus braços e canta
A última esperança
A esperança divina
De amar em paz
Se todos fossem
Iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar, a sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz
Amar sem mentir, nem sofrer
Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você

segunda-feira, 1 de julho de 2013

PÁTRIA MINHA

  Pensando nas manifestações que ocorreram no Brasil e no mundo nas últimas semanas em protesto à tanta corrupção e descaso do governo para com o nosso povo e o nosso país, convidei os alunos para um debate. 
     Discutimos sobre as últimas notícias fazendo uma leitura de fatos e fotos publicados em jornais, revistas e na internet. Também falamos sobre o poder do facebook e das mídias sociais para divulgar e promover ideias e os eventos no nosso país e até em outros países.
     Os alunos falaram sobre os problemas que veem no seu município e no Brasil. Alguns disseram não ter orgulho de sua pátria, devido à tanta corrupção e violência. Mas ao final do debate todos entenderam que aquilo que nos envergonha, é também o que levou milhares de pessoas às ruas para exigir mudanças e, principalmente, lutar para que nossos direitos sejam respeitados.
    Para concluirmos o debate, fizemos a leitura do "Hino Nacional", dos textos "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias e "Pátria Minha", de Vinícius de Moraes. Falamos sobre o que significa ter uma pátria, como cada um dos textos fala da pátria de uma maneira diferente, sendo os dois primeiros  ufanistas. 
   No texto do poetinha, além da compreensão textual, consegui ainda exemplificar o que é intertextualidade.
   As aulas renderam frutos muito positivos porque o estudo do texto foi enriquecido pela realidade, pelos fatos atuais e pela reflexão crítica que os alunos foram levados a fazer. Um pouquinho do que eles pensam foi transformado em cartazes e em formas criativas de recriação da bandeira nacional que, em um dos trabalhos recebeu asas, demonstrando o desejo de liberdade de expressão.


Parabéns aos alunos que participaram e deram o melhor de si! É disso que o Brasil precisa: jovens que pensam!
     
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Pátria Minha
Vinicius de Moraes

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes."

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Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De Primeiros Contos (1847)


Gonçalves Dias. 


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HINO NACIONAL
Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva



Vocabulário (Glossário) 

Plácidas: calmas, tranqüilas
Ipiranga: Rio onde às margens D.Pedro I proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822
Brado: Grito
Retumbante: som que se espalha com barulho
Fúlgido: que brilha, cintilante
Penhor: garantia
Idolatrada: Cultuada, amada
Vívido: intenso
Formoso: lindo, belo
Límpido: puro, que não está poluído
Cruzeiro: Constelação (estrelas) do Cruzeiro do Sul
Resplandece: que brilha, iluminada
Impávido: corajoso
Colosso: grande
Espelha: reflete
Gentil: Generoso, acolhedor
Fulguras: Brilhas, desponta com importância
Florão: flor de ouro
Garrida: Florida, enfeitada com flores
Idolatrada: Cultivada, amada acima de tudo
Lábaro: bandeira
Ostentas: Mostras com orgulho
Flâmula: Bandeira
Clava: arma primitiva de guerra, tacape

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TURMA 701






OS ALUNOS FIZERAM OS CARTAZES REFLETINDO SOBRE 4 QUESTÕES:

  1. MINHA PÁTRIA É...
  2. SER BRASILEIRO É SER...
  3. PARA TERMOS UM PAÍS MAIS JUSTO PRECISAMOS DE...
  4. NÓS CONTRIBUÍMOS PARA UM PAÍS MELHOR QUANDO...

    O mais importante desse trabalho foi perceber o quanto esses jovens têm valores. Na maioria das respostas encontramos as palavras humildade, coragem, igualdade, gentileza, amor, respeito... Realmente esses são os ingredientes principais de que precisamos para termos um mundo melhor e mais justo!








TURMA 702